Por vezes surgem situações no dia-a-dia que merecem algo mais do que um simples olhar. Nós da-mos vida aos promenores... anima-mos algo que está morto...algo que ninguém despertou. "Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade" - Madre Teresa de Calcutá

4/28/2006

Xico Malhado e Caneta Sinhá - Episódio 1


Vou-vos contar a história marcante de um amor impossível, condenável pelos preconceitos da nossa sociedade, um conto que vai redefinir o padrão de romance e mudar a forma como encaramos o amor.
Tudo começou num dia de Inverno, em que a chuva marcava um compasso desconcertado nos vidros lambuzados do hall, quebrando o silêncio dos cartões de propaganda médica, abandonados pelos seus aperaltados representantes.
Subitamente, uma porta guinchou sobre as dobradiças sedentas de óleo e de uso, e um punhado de veteranos, gloriosas almas resistentes, atravessou a soleira da porta. Foi nesse instante que ele a viu! Ali no hall, naquele dia de chuva em que as roupas justinhas das moças se lhes pegavam ao corpo e revelavam formas e contornos mais ou menos sensuais. Mas ele olhou apenas para ela, ali deitada ao lado dos folhetos promocionais, bem no meio de uma palete de idênticas sedutoras, e achou-a a mais formosa, entre todas as suas irmãs gémeas; e ela olhou para ele com o seu olhinho azul, como que dizendo “leva-me daqui, ó grandalhão! (e piscou o olho) Eu anseio pelas tuas mãos suadas! E desejo ardentemente que me mordas! E me uses como um objecto…oh, sim…usa-me toda…e depois deita-me fora!”.
Naquele dia ela usava um vestido azul, com decote provocante sobre a sua pele prateada (o qual, lamento dizer-vos caros leitores, nunca foi lavado) e ele percebeu imediatamente que ela era uma criação excepcional e que saberia ouvi-lo sem tecer comentários idiotas (como muitas fazem), pois o seu vocabulário resumia-se a “clik clak…clik clak”… que caneta sedutora…
Não perca o próximo capítulo desta história onde desvendaremos um pouco da vida romântica dos pombinhos…

 

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