Por vezes surgem situações no dia-a-dia que merecem algo mais do que um simples olhar. Nós da-mos vida aos promenores... anima-mos algo que está morto...algo que ninguém despertou. "Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade" - Madre Teresa de Calcutá

6/03/2006

Xico Malhado e Caneta Sinhá - Último Episódio

(Episódio 1 - 28/4/2006)
(Episódio 2 - 12/5/2006)
Um segundo pode mudar uma vida; um acto pode mudar o mundo. O mundo da nossa amiga e heroína Caneta Sinhá mudou quando se viu nas mãos de outro. No início ela não quis acreditar, o seu Xico Malhado havia-a emprestado a outro! Isso não se faz a uma Sinhá moça decente e de boas famílias, ambos os factos atestados pelo controlo de qualidade!
E esse indivíduo não se limitou a olhá-la; ele tocou-a…toda! Da cabeça aos pés! Era como se o seu Xico se tivesse tornado num Voyeur e sentisse prazer em observar a sua própria moça nas mãos de outro. Ele, que a tinha beijado e mordido, que tinha sussurrado palavras ininteligíveis enquanto ela dançava em êxtase, nas suas mãos, libertando suavemente os fluidos azuis do seu amor; resignava-se agora a olhar para o abuso.
Se é que se pode falar de abuso quando ambas as partes desejam o prazer do acto, depois do espanto inicial, Sinhá começou a gostar do nível de atenção que recebia daquelas mãos novas.
O visitante, sentindo-se progressivamente mais excitado com a descoberta, não se contentou em tocá-la, e decidiu despi-la do seu lindo vestido azul, e ela, que nem trazia roupa por baixo, viu-se despida, examinada, usada dessa forma tão primitiva pela primeira vez. Mas, num acesso de pânico motivado por uma campainha inaudível, ele montou-a toda, e fê-lo de uma forma tão abusadora e tão abruptamente que ela acabou com as cuecas enfiadas na cabeça e com o corpo dormente, sem se conseguir mexer.
Respondendo, não em socorro daquela que jazia inanimada, mas em resposta à sua inutilidade momentânea como objecto, o Xico finalmente tomou uma atitude! Ele berrou, baliu, zurrou, mas como não tinha arte e coragem para fazer o transplante das cuequinhas para o sítio certo, acabou esta cena de ciúmes deixando a moça “temporariamente” com o amante.
Nessa mesma noite, após uma delicada operação de recolocação das cuequinhas no local certo e uma montagem cuidada, de modo a não forçar o mecanismo interno durante o processo, a Caneta Sinhá, conseguiu persuadir o seu “novo mestre” a retorná-la ao seu Xico. Não foi fácil, mas no fim ela conseguiu! Vejamos como; pelas palavras do próprio mestre.
“A prova máxima de amor desta Caneta para o seu Xico Malhado, ocorreu no momento em que as minhas mãos acariciaram as suas formas roliças… Uma frigidez inviolável impediu-a de sentir o prazer do toque, e a fluidez dos seus orgasmos cessou num arranhar irritante sobre a folha de papel! A sua resolução foi tal, que me foi impossível guardá-la.”
Uma história marcante de um amor impossível, condenável pelos preconceitos da nossa sociedade, um romance que nos fica atravessado na garganta, no esófago, especialmente se se tratar de um “Esófago de Barret”!

 

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